sexta-feira, 31 de outubro de 2008

CONDIÇÕES DE VIDA E ALIMENTAÇÃO NAS EMBARCAÇÕES PORTUGUESAS

Parte 1
CONDIÇÕES DE VIDA NAS EMBARCAÇÕES PORTUGUESAS

Como eram as embarcações

Os navios portugueses eram feitos de madeira.
Muitas vezes, quando o barco já não estava totalmente novo, os mastros encontravam-se estragados ou até apodrecidos e as velas muito desgastadas.
As cobertas inferiores (local do navio onde dormiam algumas pessoas) eram pouco soalheiras e muito abafadas. As únicas aberturas por onde passava o sol e o ar eram as fendas entre as tábuas de madeira, mas por aí entrava também a água do mar…
Mesmo com todos estes problemas, os navios portugueses valiam fortunas! Podiam rondar os 75 kg de ouro!
Saúde
Nos navios portugueses eram muitos os marinheiros que contraíam doenças durante as viagens.
Poucos eram os navios que estavam equipados com uma pequena farmácia e ainda menos eram os que tinham a bordo um médico. Nestes casos, em que ninguém sabia como cuidar do doente, os marinheiros eram tratados de improviso muitas vezes pelo padre.
Devido à fraca alimentação, os tripulantes ganhavam uma doença dentária – o escorbuto – que fazia com que as gengivas apodrecessem e os dentes caíssem.
Para além desta doença, os marinheiros adquiriam febre tifóide, varíola, doenças pulmonares e muitos outros problemas.




Dormidas

Viver num navio durante alguns meses era algo difícil, mas passar as noites dentro do navio era pior ainda.
Cada marinheiro tinha cerca de meio metro quadrado para ficar acomodado na parte coberta do navio. Dormiam em estreitos beliches que podiam chegar a ter quatro andares.
Os comandantes passavam umas noites muito mais requintadas, nos seus camarotes individuais e bem espaçosos. Ao contrário do que se pode pensar, os oficiais e os membros da alta nobreza não contavam com o privilégio do comandante, embora tivessem mais espaço do que o resto tripulação do navio.
Quem passava as piores noites eram as crianças dos sete aos catorze anos. Para receber melhores salários, os pais destas inscreviam-nas para grumetes (aprendizes de marinheiros), e por o serem, os grumetes eram obrigados a dormir no convés.
Higiene nos navios
Como é fácil de imaginar, a higiene a bordo dos navios era pouco usual.
A ideia de tomar banho nem sequer se colocava, uma vez que essa acção iria proporcionar um ambiente óptimo para a multiplicação das pulgas.
As pessoas mais ricas faziam as suas necessidades em penicos que encarregavam os criados de despejar para o mar. Os mais pobres, porém, não tinham outro remédio senão aliviar-se à frente de toda a gente, debruçando-se numa beira do navio, com risco de cair ao mar…




Ocupação dos tempos livres
A vida dos marinheiros era muito incerta, pois não realizavam sempre a mesma tarefa.
Quando não tinham nada para fazer, os marujos gostavam de jogar dados e outros jogos de azar com dinheiro.
Para passar o tempo, os oficiais organizavam missas, procissões e encenações da vida de alguns santos com a ajuda do padre que estava a bordo.
Religião
Nestas viagens estava também presente a grande fé que ligava os portugueses a Deus: antes de iniciar a navegação todos os marinheiros eram confessados.
A bordo do navio era celebrada uma missa cantada todos os sábados, domingos e dias santos. Mas esta fé em Deus não se manifestava exclusivamente nestes dias. O próprio quotidiano dos marujos estava cheio de manifestações religiosas: de manhã e à noite também se rezavam algumas orações.

Parte 2
ALIMENTAÇÃO DURANTE AS VIAGENS DOS DESCOBRIMENTOS

Os alimentos com que a embarcação era abastecida

A alimentação dos marinheiros era pouco variada e muito pobre em vitaminas.
As viagens de Descobrimentos eram muito incertas, portanto, os navios portugueses eram abastecidos de comida para vários meses.
Nos navios entravam essencialmente os seguintes alimentos:
- Biscoitos
Feijão
Uvas passas
Queijo
Grão-de-bico
Cebolas
Alhos
Figos
Carnes salgadas
Animais vivos (Galinhas, Coelhos, etc.)
Peixe seco e salgado
Vinagre
Azeite
As bebidas que existiam nos navios dos Descobrimentos
A bordo das embarcações Portuguesas existia apenas dois tipos de bebida: a água e o vinho. A água era mais vulgar e era bebida com mais regularidade.
Infelizmente, esta bebida, assim como outros alimentos, deteriorava-se muito facilmente, uma vez que era guardada em vasilhames por vezes estragados e estava exposta a todas as variações do clima e aos ratos, que eram muito abundantes nos navios dos Descobrimentos.
Por vezes tornava-se incomodativo para os marinheiros ingerir a água estragada, no entanto, eles engoliam-na, nem que para isso fosse necessário fechar os olhos e tapar o nariz…
Coisas que aconteciam…
Os alimentos eram distribuídos mensalmente pelos marinheiros quando ainda se encontravam crus. Para os ingerir, os tripulantes tinham que os cozinhar no fogão de bordo.
Quando a viagem demorava muito tempo, os alimentos começavam a escassear, de modo que eram vendidos aos marinheiros que os pagassem melhor. As pessoas mais pobres viam-se obrigadas a caçar ratos e baratas para sobreviver.
Os ratos e as baratas eram muito abundantes nos navios dos Descobrimentos, portanto é fácil de imaginar o número de pessoas que se alimentavam com estes pequenos animais.

Ana Matilde Gomes

domingo, 26 de outubro de 2008

Alimentação e condições da vida nos navios dos descobrimentos


Cada navio era abastecido antes de largar para a Índia com alimentos necessários para alguns meses : água, vinho, cereais, vinagre, azeite, carne salgada, peixe seco e etc.
Tal como acontecia com os outros alimentos. A água sofria os maus efeitos do
clima. Para bebê-la era por vezes necessário fechar os olhos e tapar o nariz.
Para acalmar alguma violenta tempestade, pediam a Deus que mandasse os ventos.

Era uma viagem longa e difícil.
Na mesma viagem atravessavam-se climas muito diversos: do frio e da chuva aos calores mais intensos.
Alimentar da melhor maneira as centenas ou milhares de pessoas que iam nas
frotas não era fácil e suportar a fome e a sede.
Apanhavam muitas doenças, sobretudo devido à falta de alimentos frescos.
Sabrina Dias

Alimentação e condições de vida nos navios dos descobrimentos.



Alimentação
A alimentação e a água potável constituíam um problema recorrente.
No que respeita aos mantimentos, enquanto os passageiros deviam garantir à partida a sua própria subsistência durante a viagem, o que raramente acontecia, tanto por ignorância como por insuficiência de recursos, cabia ao armador o abastecimento da despensa do navio, de forma a manter toda a tripulação. Mesmo em condições normais, os alimentos eram alvo de distribuição racionada, efectuada numa base diária ou mensal consoante o tipo de produto, verificando-se níveis de verdadeira penúria, impostos por circunstâncias desfavoráveis. Ainda que se recorresse pontualmente ao abate de animais e à pesca, a dieta a bordo centrava-se no consumo de biscoito - pão cozido pelo menos duas vezes, aumentando o seu período de conservação -, enchidos e alimentos salgados, sobretudo carne de porco, mas também algum peixe, acompanhados pela ração diária de vinho.

Condições de vida nos navios dos descobrimentos

A vida a bordo é dura devido às próprias condições de navegação e às características dos navios que estão construídos, essencialmente, para transporte de carga, o que obriga os passageiros a viverem e a dormirem no convés ou nas cobertas.
A alimentação a bordo é quase sempre uma aventura, com alimentos insuficientes e frequentemente estragados. A alimentação para além do célebre biscoito baseia-se em carne salgada e no peixe pescado ao longo da viagem. As condições de higiene que presidem à existência a bordo retratam as normas da época com mais algumas precauções complementares;
À fraqueza geral da saúde corresponde uma elementar protecção clínica, pois, na sua esmagadora maioria, os navios apenas transportam uma pequena botica com produtos farmacêuticos e um barbeiro com experiência de sangrias, pelo que os padres que aparecem nos regimentos de bordo como “médicos da alma” se tornam, frequentemente, também médicos do corpo.

Nuno Silva